Pode ser que eu esteja enganado, mas a iluminação dos backlights das TVs com o uso de LEDs vai retirar de cena a lâmpada fluorescente do tipo CCFL a médio ou curto prazo. Só não acho possível ainda prever que tipo de LED irá ser preferencialmente usado, ou se haverá um tipo específico de LED para cada montagem.
Existe, por outro lado, uma estratégia óbvia por parte dos fabricantes de TVs, que é a de incorporar o máximo de recursos e novidades nos modelos movidos a LED, empurrando assim o consumidor que precisa de ou quer novos recursos para um gasto, de outro modo, até desnecessário.
A mudança de tecnologia e de métodos neste campo vem se alterando tão rapidamente, que eu não ficaria surpreso se o conteúdo deste texto ficasse totalmente obsoleto em cerca de seis meses, a partir de hoje.
As desvantagens da luz fluorescente
A luz fluorescente de catodo frio (Cold Cathode Fluorescent Light ou CCFL), usada nos backlights de telas LCD emite uma luz branca intensa, porém o espectro de emissão é bastante irregular (vide a figura abaixo). Além disso, para se ligar uma luz CCFL, é preciso aplicar 270 a 300 VAC (volts em corrente alternada), o que obriga o uso de um inversor de corrente (circuito que transforma, no caso, corrente contínua em corrente alternada). Uma vez acesa, a luz CCFL não se apaga mais, a não ser quando o televisor é desligado. Isto, de cara, impede a modulação de amplitude ou o desligamento sistemático do sistema de iluminação da tela. As implicações que isso irá ter para os níveis de preto serão mostradas mais adiante.
As telas de LCD recebem a luz branca do backlight e a passam para um difusor, espalhando assim a luz em cima de uma camada de cristais líquidos nemáticos. O papel desses cristais é o de deixar passar ou não a luz incidente e transmiti-la a outra camada, composta dos pixels RGB, bem antes de chegar à tela.
Note que isto é uma característica de qualquer filtro de corte. Não é possível, portanto, se conseguir uma maior seletividade nesta passagem, a não ser que fosse usado um monocromador em cada ponto de luz, o que é fisicamente impossível.
Note ainda, que apesar dessas limitações na combinação de cores e da diminuição da gama total de cores obtida desta maneira, ainda assim são poucos aqueles que conseguem visualizar os percalços das telas LCD, neste particular. Por outro lado, fica evidente que a gama de cores obtida convencionalmente, mesmo limitada, é suficiente para a reprodução satisfatória da maioria dos sinais de fonte.
A natureza eletro-ótica dos LEDs
LED é um diodo dos mais simples! Ele é formado por um semicondutor, ou seja, um fio composto por uma ou mais substâncias cujas propriedades de condutividade elétrica estão num meio termo entre um metal e um isolante. A natureza química do composto determina o comprimento de onda da luz emitido pelo LED, como, por exemplo, o arsenieto de gálio (GaAs), que emite na faixa do infra-vermelho.
A emissão de luz é possível, por causa do seguinte fenômeno: quando a corrente passa pelo semicondutor, os elétrons de certos orbitais são energizados, e saltam para um orbital mais acima. Na volta ao orbital de origem, a energia acumulada é liberada na forma de luz, de um determinado comprimento de onda.
A estrutura típica de um LED pode ser vista na figura abaixo:
O LED é alimentado por corrente contínua e portanto dispensa o uso de um inversor. E como pode ser observado no diagrama ao lado, a luz emitida passa por um domo, que serve também de lente. Nos tipos mais simples de LEDs o domo pode ser coberto por um corante de qualquer cor, mas nos tipos mais complexos o domo pode ser impregnado por sais de algum elemento, provocando uma irradiação singular. É assim, por exemplo, que se faz um LED para luz branca, com o uso de uma camada de fósforo.
Em aplicações mais demandantes, usa-se o LED de alta potência (High Power LED ou HPLED), que emite, como o nome sugere, uma luz de grande intensidade. Este tipo de LED tem aplicação nas telas de televisão ou nos projetores de vídeo, inclusive.